terça-feira, 13 de abril de 2010

Uma tarde à beira mar...



Era uma tarde como tantas outras, lá fora o vento amainara e as gaivotas voltaram ao mar. A espuma branca dissolvia-se no azul imenso que meus olhos alcançavam deste horizonte distante de tudo e de todos.
Esta calma que por mim entrava me aconchegava os ossos e me fazia sonhar por um mundo que em breve me iria deixar partir.
Ali mesmo há minha frente brincava ele na areia com balde azul tão azul que se confundia com o mar, do outro lado debaixo de um guarda sol de pele lisa brilhante o outro que olhando para sua mãe mandando-lhe um sorriso pelo seu bem estar.
Como tudo estava calmo o ar, mar, sorriso e até eu que me tenho sentido irrequieto nestes últimos dias. Será da mudança? Será da Primavera? Um dia virei a saber talvez seja tarde depois de me deitar e levar comigo este quadro que desejo não esquecer.
Um cão passa numa correria e me acorda deste meu pensar, lá vai ele pulando e procurando um pau sim um pau tão simples como isso é a sua alegria encontrar e entregar ao seu dono que num assobio metódico o chama pausadamente.
O sol esse deseja beijar o mar e misturar-se com ele. Lá longe nas voltas das ondas um vela se aproxima lentamente com seu capitão no leme de mão firme e segura cortando-as serenamente. Desliza como não toca-se nelas e vem direitinho ao seu porto de abrigo ali mesmo ao nosso lado.
Recolhem-se os brinquedos, guarda-sol e pegando nele ao colo levo-o pela areia fina que deixa um rasto na minha passagem. Ali mesmo ao meu lado o mais velho triste como sempre por voltar das voltas do mar e porque o sol assim ditou a nossa ida.
Ela segura nos seus passos firmes caminha a minha frente deixando para trás um odor a “Amor Amor”"Cacharel que se infiltra nas minhas narinas e deixa-me parado no meu sonho.
É o regresso e fica na memória um dia bem passado, onde os odores se misturaram entre o que é belo que o que se deseja.
É uma tarde das tardes mais bem passadas que por ali passei.

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