quinta-feira, 18 de março de 2010

Sentimento...

Uma manhã como tantas outras, o vento assobia e as árvores deixam cair a pouca folhagem, com os abanos matinais.
Dentro do quarto num dormitar profundo uma criança num respirar ofegante deixa-se levar pelo seu imaginário e decide aos solavancos acordar-me. Sorrio e sinto dentro de mim um pouco dele, no olhar sem compromisso no piscar dos olhos ainda desconcertados. Levanto-me pé ante pé e com os olhos cerrados, pelo gelo do caminho, faço-lhe a sua bebida predilecta;
- seis colheres de leite com 180 de água.
Depois embalo-o no meu colo e aprecio a sua fome faminta que o faz de olhos fechados num compasso de grande mestria. Penso eu -como a natureza nos surpreende todos os dias!
Nascer para sobreviver numa terra do nunca sem saber o quanto vai sofrer.
Isso desejo eu que ele não sinta na sua pele o que eu senti, porque este Mundo em mudança há muito que se transformou. “Um dia um professor de um lugar distante resolveu chumbar uma família pelo actos que não praticaram” hoje um professor passa os alunos que queria chumbar mas que nada pode fazer, por actos esses sim que eles praticaram.
É nesta barcaça que meu filho vai entrar e percorrer o leito de um rio que outrora rejubilava de água límpida, cardumes serpenteando as clareias de areia fina tentando chegar a bom porto. Mas esse tempo vai passar devagar lento como deve ser, sem pressas, sobressaltos para que possa assimilar palavra a palavra os ensinamentos da Vida.
Queria volta um pouco atrás, nas “Viagens da Minha Terra” nos dias da partida.
Horas mais que muitas nos distanciavam da chegada.
Precisamente seis horas do tempo da curva e contra curva, do monte que repetidamente subia-se e descia-se olhando as amendoeiras em flor no seu tempo e o manto branco nos três de Inverno. Não víamos a hora de chegada que era curta porque um dia era de viagem.
Felizes nesse tempo, nos corredores da casa havia alegria, comida e brincadeiras de ocasião, havia uma mãe um pai presente a mãe mais, porque gostava de dar trabalho há vassoura, como era “dura” mas boa mãe. Hoje desejo que eles cresçam como amigos irmãos e que se ajudem nas dificuldades do dia a dia.

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